O Carro de Apolo

O Carro de Apolo, pintura em vaso, Museu Britânico

Está saindo, no Oriente da Terra, o Sol do ANO NOVO e oxalá que com ele venham as vibrações harmoniosas do nosso DEUS Jehovah, o DEUS uno e inefável cujo nome a Terra celebra há vinte mil séculos!

Celebremos o seu raiar como poetas e como cantores e que as nossas odes de Templários estejam modeladas pela esquadria da virtude e que as suas harmonias estejam compassadas com o compasso da fé. Cantemos e louvemos essa luz bendita que se chama “Apolo dos Gregos” ou “Osíris dos Egípcios” que é o fogo sagrado que nos alimenta com a vida do calor fecundo, o facho gigantesco que é uma das luzes do Universo!

Vibremos como os seus raios e empolguemo-nos nesta santa missão de suavizar aqueles que vêm à nossa porta à procura da paz, do estudo e da elevação espiritual.

Celebremos, pois, a entrada, ao raiar da aurora, do carro que conduz Apolo, que é a imagem de Jehovah, e cantemos como poetas, porque só a poesia é o apanágio do sentimentalismo, palavra embriagadora que há dois mil anos divinizou um homem e fez imperar uma religião.

Apolo é a ideia, é o Zanon dos persas celebrado nos mistérios de Zoroastro, onde o maior mágico do século XVIII foi iniciado. Refiro-me ao Conde de Cagliostro. Sendo Apolo a ideia e o Zenith o ideal, aí temos, pois, toda epopeia de Zanoni, como o foi a epopeia da Ilíada que é um resumo da iniciação, e não o que se pensa geralmente no mundo dos literatos profanos.

Agamenon é o tipo do herói bem delineado da influência solar, e aquele herói grego era todo nobreza e majestade no garbo e no andar e segundo o irmão Lamed, o homem nascido sob a influência de Apolo não pode ficar desconhecido do mundo.

Respiremos, pois, por Od, hoje, as auras que já se levantam para a entrada triunfal, auras essas que preparam as veredas do grande Senhor do nosso sistema.

Contemplemos com a nossa alma aberta a história do decorrer lento da humanidade, esse grande sonho de pavores, de alucinações, de amores, de guerras, de lágrimas, tudo, sempre acariciado pelos raios fagueiros de Apolo!

Para os bons, os justos e os virtuosos, Apolo tem uma cor, e essa cor é dourada e aurifulgente. Para os maus, os que tramam a intriga e os semeadores da discórdia ele mostra-se quase sempre sanguíneo e afogado num mar vermelho como se refletisse a impiedade!

Quantos quadros maravilhosos de beleza, amor e glória não tem iluminado Apolo? Mas, também, quantos quadros dolorosos de miséria, ódio, raiva, cataclismos e revoluções não tem ele iluminado?

E tu homem atual, cabalista do sonho da loucura, cérebro de lucubrações que se mecaniza numa essência astral, que curso traçaste no decorrer lento dos séculos que estão diante de ti, graves, circunspectos e ameaçadores?

Ó! Homem ingrato, que âmbito terrífico respiras e que nele vives num contubérnio que te prende a razão, por que não rasgas esse véu que te venda os olhos e vens à cúpula da pirâmide aspirar os raios do Sol e inebriar-te com esse estupendo panorama que em vão pretendes perscrutar na lascívia da tua carne impura de animal asqueroso?

Sem virtude e moral, será em vão, o véu jamais será corrido, nunca e nunca, porque, ao redor da mente, evolam, formando um véu, as mais esquisitas formas, as mais estúpidas teorias e os mais insensatos desejos.

Sejas tu o poeta sagrado, sejas tu o homem que tenha o poder de acender a pira com o fogo vivo das tuas rimas, e que o fumo que se evola em espirais vibrem no ar uma canção meiga, merencória e profunda!

A ideia e o Ideal pertencem ao mistério da alma e nesse prisma assinala-o Mirabeau*, o homem que tinha uma voz embriagadora, que foi homem e hoje é alma, que arrebatava com uma pletora de verve flamante, colorida e gigante, uma massa estúpida e boçal, que invertendo as palavras daquele missionário da liberdade, elevaram ao clarão do Sol o triste monumento do terror: a guilhotina.

Homem-DEUS, tu que foste e possuíste a Atlântida, cujos últimos resquícios são o Egito dos Faraós, no Oriente, e o Peru com os seus Incas, no Ocidente, enquanto Ramsés, o glorioso, fazia o hino imortal do Oriente nos monumentos gigantescos de Gisé e Luxor; o Inca Huayna Capac, gênio índio das cidades do Sol, legava aos seus filhos (Huascar e Atahualpa) o maior império da América! Assim como Cambises arruinou os monumentos egípcios, foram os castelhanos de Pizarro que deram por terra no ano de 1560 com a gloriosa majestade dos Incas! Enquanto o Egito contemplava o raiar do Sol no Oriente, o Peru assistia no Ocidente os últimos lampejos!

Eis, pois, os humanos feitos sob a trilha do carro de Apolo. A humanidade sempre embalada ora no Ideal, ora no erro, já se sente cansada da materialidade e procura com ânsia o caminho da grande espiritualização.

Eis, pois, Irmãos meus, vibremos e preparemos as veredas para que o raiar de Apolo, no ANO NOVO, venha dissipar mais um pouco as trevas dos ignorantes e filtrar-lhes na alma um pouco do Ideal sublime de DEUS!

Professor Júlio Guajará Rodrigues Ferreira

(*) Honoré Gabriel Riqueti, Conde de Mirabeau (1749-1791), foi um jornalista, escritor, político e grande orador francês. Foi um ativista e teórico da Revolução Francesa, destacando-se pela sua retórica apaixonada e convincente, tanto oral como escrita, o que lhe mereceu o epíteto “O Orador do Povo

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